sábado, 3 de julho de 2010

CASA ARAGÃO

A quinze quilômetros da sede do concelho, Vilar Chão situa-se numa zona planáltica com o mesmo nome (também designado planalto Castro Vicente) que a nascente termina num vale apertado e profundo por onde corre o rio Sabor. Vilar Chão foi integrado no concelho de Alfândega da Fé em 1855, tendo pertencido anteriormente aos extintos concelhos de Castro Vicente e Chacim. É hoje uma das mais importantes e ricas freguesias do concelho, com uma atividade agrícola e pecuária assinaláveis, bem patente no número de alfaias agrícolas modernas e na existência de uma sala de ordenha, apesar de ser uma zona com pouca água. A cultura de cereais (sobretudo trigo e centeio), hoje em declínio, fez do termo de Vilar Chão um autêntico "celeiro" do concelho e das regiões vizinhas. As origens da localidade transportam-nos ao período suevo e ao despovoamento provocado pela invasão muçulmana. No período medieval foi objecto de repovoamento. Na localidade anexa, Legoinha, (local de interesse turístico) existem vestígios de um castro. A obra do Pe. Belarmino Afonso, "Cerâmica do Distrito de Bragança", refere bem a importância econômica que o fabrico da telha teve em tempos para a freguesia: "Uma fornada de telha vinha equilibrar ou suprir as dívidas de uma má colheita, ou pagar por um filho que foi preciso livrar da tropa. (...) Um bom número de fornos, de que conseguimos notícia, eram da comunidade local. Não admira, pois, que este tipo de atividade artesanal se enquadrasse perfeitamente dentro das banalidades — fornos, moinhos, forja e lagar — da economia medieval agro-pastoril." Mas para além do fabrico da telha, em Vilar Chão, também existiram lagares de azeite comunitários e em finais do século passado, princípios do nosso até uma certa dinâmica na tentativa de exploração de alguns minérios, havendo conhecimento do registro de onze minas entre 1883 e 1911, uma das quais de prata. Em termos patrimoniais a casa da família de Manuel António Ferreira de Aragão (Marechal de Campo e morgado, natural da freguesia) é o mais importante patrimônio de Vilar Chão. Possui brasão e foi construída para solar daquela família em 1760. João Vilares, em "Monografia do Concelho de Afândega da Fé" descreve-o assim: "em campo de ouro quatro palas vermelhas; timbre um touro vermelho saltante com coleira e campaínha ao pescoço; por cima, num dos cantos, uma flecha". A igreja paroquial é antiga e destaca-se pelos seus cinco bonitos altares, bem trabalhados. Tem como parte integrante do seu espólio uma custódia, com decoração barroca. Outro local de interesse patrimonial é a Fonte Limpa, construída em 1796, também de estilo barroco e exemplar único no concelho. Para além de outros aspectos, Vilar Chão destaca-se ainda por uma tradição cultural que tem especiais referências na "arreata dos burros", uma forma diferente de festejar o Carnaval. Na doçaria, são conhecidos os "rochedos", feitos com amêndoa e de excepcional qualidade. Construída em 1764 a Casa da Família Aragão , leva mais de 230 anos na produção de azeite de suave sabor e rico aroma. Dos solos xistosos, nas encostas dos rios Sabor e Tua e no vale da Vilariça, nas terras trasmontanas do nordeste de Portugal, nasce o azeite "Casa Aragão - Casal da Vilariça" , com reconhecidas e benéficas propriedades para uma alimentação saudável e equilibrada. A Casa da Família Aragão , dispõe de produtos de grande qualidade e é dotada da mais avançada tecnologia. As azeitonas são provenientes dos olivais do concelho de Alfândega da Fé, do Vale da Vilariça e das encostas do Rio Sabor e Tua. Obtidos com pressão a frio, estes azeites de baixa acidez e cor dourada têm um sabor a frutos frescos muito agradável. Para isso contribuem as variedades Verdeal, a Madural, Codovil e a Cobrançosa, sendo estas reconhecidas pelo selo Origem Protegida "D.O.P. Trás-os-Montes".

2 comentários:

  1. Em nome da verdade é conveniente que se refira que, tanto quanto me informei, aqui nesta casa, onde neste momento estou, o edifício não está nas mãos nem pertence aos descendentes do tal marechal de campo Aragão há pelo menos 150 anos. Será pois de esperar que deixe de ser vinculada a produção do azeite «Aragão» actual a esta casa, pois evidentemente que não é essa a realidade e induz o consumidor em erro, desnecessariamente. Basta visitar a aldeia para se perceber que não é assim e que, por outro lado, nestas terras quase toda a gente produz azeite há centenas de anos.

    Carlos Sambade

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  2. João,

    Dou-te os parabéns pelo teu Blog dedicado a Vilar Chão. No entanto, sugiro que revejas o texto relativo à Casa Aragão, uma vez que não corresponde à verdade.

    beijinho

    Rosa Inocêncio

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