quarta-feira, 8 de junho de 2011

DESCRIÇÃO

A quinze quilómetros da sede do concelho, Vilar Chão situa se numa zona planáltica com o mesmo nome (também designado planalto de Castro Vicente) que a nascente termina num vale apertado e profundo por onde corre o rio Sabor. Vilar Chão foi integrada no concelho de Alfândega da Fé em 1855, tendo pertencido anteriormente aos extintos concelhos de Castro Vicente e Chacim. É hoje uma das mais importantes e ricas freguesias do concelho, (351 eleitores) com uma actividade agrícola e pecuária assinaláveis, bem patente no número de alfaias agrícolas modernas e na existência de uma sala de ordenha, apesar de ser uma zona com pouca água. A cultura de cereais (sobretudo trigo e centeio), hoje em declínio, fez do termo de Vilar Chão um autêntico "celeiro" do concelho e das regiões vizinhas. As origens da localidade transportam nos ao período suevo e ao despovoamento provocado pela invasão muçulmana. No período medieval foi objecto de repovoamento. Na localidade anexa, Legoinha, (local de interesse turístico) existem vestígios de um castro. A obra do Padre Belarmino Afonso, "Cerâmica do Distrito de Bragança", refere bem a importância económica que o fabrico da telha teve em tempos para a freguesia: "Uma fornada de telha vinha equilibrar ou suprir as dívidas de uma má colheita, ou pagar por um filho que foi preciso livrar da tropa. (...). Um bom número de fornos, de que conseguimos notícia, era da comunidade local. Não admira, pois, que este tipo de actividade artesanal se enquadrasse perfeitamente dentro das banalidades fornos, moinhos, forja e lagar da economia medieval agro pastoril." Mas para além do fabrico da telha, em Vilarchão também existiram lagares de azeite comunitários e em finais do século passado, princípios do nosso até uma certa dinâmica na tentativa de exploração de alguns minérios, havendo conhecimento do registo de 11 minas entre 1883 e 1911, uma das quais de prata. Em termos patrimoniais a casa da família de Manuel António Ferreira de Aragão (Marechal de Campo e morgado, natural da freguesia) é o mais importante património de Vilar Chão. Possui Brasão e foi construída para solar daquela família em 1760. João Vilares, em "Monografia do Concelho de Alfândega da Fé" descreve o assim: "em campo de ouro quatro palas vermelhas; timbre um touro vermelho saltante com coleira e campainha ao pescoço; por cima, num dos cantos, uma flecha". A igreja paroquial é antiga e destaca se pelos seus cinco bonitos altares, bem trabalhados. Tem como parte integrante do seu espólio uma custódia, com decoração barroca. Outro local de interesse patrimonial é a Fonte Limpa, construída em 1796, também de estilo barroco e exemplar único no concelho. Para além de outros aspectos, Vilar Chão destaca se ainda por uma tradição cultural que tem especiais referências na "arreata dos burros", uma forma diferente de festejar o Carnaval. Na doçaria, são conhecidos os "rochedos" e os "barquinhos", feitos com amêndoa e de excepcional qualidade, cuja origem ou é desta terra ou da Parada, como se disse anteriormente. Realizam se festas em honra de S. Sebastião, a 20 de Janeiro e Nossa Senhora da Assunção, em Agosto.

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